Médicos protestam contra baixo investimento do governo na saúde pública.
Mobilização acontece mesmo com a chuva que cai na capital.
Um protesto contra o baixo investimento do governo brasileiro na saúde pública está sendo realizado nesta quarta-feira (3) pelos médicos, residentes e estudantes de Medicina da Paraíba. A mobilização se concentra neste momento em frente à sede do Conselho Regional de Medicina (CRM) em João Pessoa. Cerca de 100 pessoas participam neste momento do ato e, se a chuva permitir, o grupo deve passar pela Secretaria Estadual de Saúde, seguindo pela avenida Camilo de Holanda até a Praça dos Três Poderes.
O ato também se mostra em oposição à importação de médicos estrangeiros sem a revalidação de diplomas, que foi uma das medidas anunciadas pelo Governo Federal em resposta às manifestações que aconteceram em todo o país, e pela adoção de medidas que permitam o exercício da medicina e a qualificação da assistência.
As entidades que participam da manifestação argumentam que as medidas anunciadas recentemente pelo governo não oferecem soluções de longo prazo. Também mostram que o principal problema pautado nos protestos, o baixo investimento estatal em saúde, continuará sem solução. Segundo o CRM, no Brasil, o estado responde por 44% dos gastos em saúde, quando em países com sistemas universais como o brasileiro, esse gasto gira em torno de 80%.O protesto da categoria médica acontece simultaneamente em todos os estados brasileiros. Na Paraíba, a ação é liderada pelo CRM-PB, Sindicato dos Médicos (Simed-PB) e Associação Médica Paraibana (AMPB). Os organizadores pretendem mostrar, de forma pacífica, os pleitos da categoria. De acordo com o presidente do CRM-PB, João Medeiros Filho, não houve suspensão no atendimento médico em hospitais e unidades de saúde durante o dia do protesto.
“Acreditamos que a distribuição mais igualitária dos médicos no País, que hoje já somam cerca de 400 mil, poderia ser assegurada através da criação de uma carreira de estado, conforme defendem o Conselho Federal de Medicina (CFM) e as demais entidades médicas, propiciando estabilidade e uma remuneração mais justa. No mesmo contexto, são imperativos elevados investimentos na infraestrutura da atenção básica, da média e alta complexidade, dos serviços de urgência e emergência , de forma a garantir condições adequadas de trabalho, de referenciamento e apoio para o médico que atua nos locais mais longínquos”, destacou presidente do CRM-PB.
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