CAOS NO MUNDO? - Correio do Cariri

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sábado, 1 de outubro de 2011

CAOS NO MUNDO?



Caos. Esta palavra está em tamanha evidência que parece propaganda de refrigerante, tipo cola. Em todas as estradas, favelas, bares, botecos, e restaurantes do mundo, você vê, e reconhece, não importa o idioma. Assim tem acontecido com o CAOS.
Melhor dizendo, com o vocábulo. Até o grupo brasileiro de maior sucesso musical, no âmbito internacional, o Sepultura, já fez música sobre isso: Chaos AD. Filmes, também, têm sido um recurso bastante útil, e rentável, para a indústria cinematográfica ao tratarem de temas tão apaixonantes. A exemplo do que acaba de ser lançado pelo renomado diretor estadunidense Terrence Malick, nesta semana, A Árvore da Vida, sobre o tema da caoticidade, em duas perspectivas: o caos sob a ótica dos fenômenos naturais, desde o surgimento do Universo; e o caos dos dramas psicoemocionais vividos por qualquer ser humano quando das grandes perdas, ou tragédias. Sejam elas individuais, ou coletivas.

Exatamente! Você está certo, leitor! Tudo leva a crer que o caos faz parte do teu, do meu, enfim, do nosso dia-a-dia. Não é raro ouvirmos expressões do tipo: “O trânsito está caótico”; “Minha vida está um caos” etc. Se corrermos em busca de qualquer dicionário, em linhas gerais, teremos uma definição do termo, que se traduz por: desordem, desarranjo, confusão. Até aí, para um leitor pouco exigente, faz muito sentido tal sinonímia. Mas, para alguém que tenha como lazer se deter sobre determinados assuntos um pouco mais “ariscos”, “ásperos”, ou “intrigantes”, isso não basta. Não é suficiente. É preciso que se “construa”, elabore, desenvolva uma explicação mais racional, científica, e, não menos, filosófica. O que não implica em complexidade gratuita. Mas, a complexidade no âmbito dos assuntos que requerem mais atenção.

Para uma compreensão mais histórico-filosófica recomendo, a título de leituras iniciais, o texto presente no sítio eletrônico Mundo dos Filósofos. Além de uma boa explicação para a origem do termo, inclusive com o apoio de termos correlatos, em latim, e outros idiomas, faz com que percebamos uma grande inspiração para o Livro da Gênese, que está inserido na Bíblia. Todos hão de lembrar que na Gênese, o texto começa, assim: Capítulo 1  1:1 “No princípio criou Deus os céus e a terra.  1:2 A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.” Veja você, que a ideia de desordem, de algo faltando, ou sobrando(no caso das trevas), está presente. Não vamos aqui discutir questões outras como Criacionismo versus Evolucionismo. O próprio Vaticano reconheceu, publicamente, para a mídia do planeta Terra, no ano do Nosso Bom Senhor de 2011, em matéria vista por mim, e milhões de pessoas, só para ficarmos em termos de Brasil, a tese Evolucionista. Destaquei o advérbio de modo por saber que, intramuros, o Vaticano já sabia, e compreendia, tranquilamente, que tudo no Universo é resultado de um processo evolutivo. Mas, este assunto fica para outro momento.

Continuando a nossa conversa sobre caos, numa primeira, e primária compreensão como algo fora do normal, quero dizer que a Ciência, que no meu modo de entender a coisa, jamais deveria ter sido objeto de uma campanha nefasta como algo oposto à religiosidade, vem demonstrando, há alguns poucos séculos, e de maneira mais efetiva, há algumas décadas, que todo, e qualquer, fenômeno que ocorra no Universo, e só para deixar bem explícito, isso inclui a nossa casa, a nossa vida, o nosso planeta, e tudo o mais, até as inimagináveis longínquas fronteiras siderais, só é caótico enquanto não dispusermos de Ciência capaz de interpretar, e explicar. Chegado esse momento, torna-se conhecimento. Deixa de ser caótico, incompreensível, desarranjo, ou desordem.

Dadas as nossas enormes, e tão prementes, dificuldades de entendermos um projeto tão monumental, tão fantástico, grandioso, engenhoso, e infinitamente, surpreendente, como é o Universo, fica fácil percebermos que o nosso desejo, questionável, em certa medida, de dominarmos a natureza, e a submetermos aos nossos ditames, e ideias do que é belo, correto, e aceitável, por vezes, nos coloca em situações embaraçosas. Vão desde a criação de animais silvestres, em residências, a projetos de ordenação urbana, e paisagística que “buscam”, ou “visam” dar formas, e contornos mais bonitos que o natural, como se possível fosse. Não me refiro às questões artísticas, de modo geral, e no específico, às artes plásticas. Mas, em questões arquiteturais, de alguma maneira. É bem possível que alguém queira se aproximar do que é belo, ao natural, e tente reproduzir, em termos da atividade humana. Louvável! Mas, creio que não podemos exceder os limites do razoável. Não basta achar o que é natural, belo. É preciso reconhecer-lhe a Genialidade. É imperativo que se tente, por mais difícil que se possa pensar, compreender a lógica implícita. Intenção, e funcionalidade. Não há caos, não há desordem, em termos originais, primordiais, universais. Por momentos, e eles podem ser vários, mas, apenas, no âmbito de nossas limitações, com nossas ações estabelecemos a desordem. Mas, o sistema universal é autopoiético. Ele se encarrega que trazer tudo para a ordem. Se isso vai levar segundos, ou milênios, não importa. O tempo é, tão somente, mais uma das nossas desordens instituídas, criadas. Em verdade, ele não existe.


Um abraço fraterno!

Engenheiro Agrônomo Armistrong de A. Souto

E-mail:armistrong.agrarias@gmail.com
CAOS NO MUNDO? Reviewed by Chico Lobo on 23:29 Rating: 5 Caos. Esta palavra está em tamanha evidência que parece propaganda de refrigerante, tipo cola. Em todas as estradas, favelas, bares, b...

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