De cada três candidatos, dois não precisaram pagar a taxa de R$ 35.
Quem pagou a taxa ainda precisa esperar processamento bancário.
Entre os 7,8 milhões de estudantes que se inscreveram para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 5,2 milhões receberam do Ministério da Educação o direito de fazer as provas de graça, afirmou ao G1 nesta sexta-feira (31) o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Luiz Cláudio Costa.
O número total de isentos foi de 5.247.993 entre os 7.834.024 candidatos que se inscreveram no Enem. Isto representa 67% dos total de pré-inscritos, ou seja, de cada três candidatos que se inscreveram não precisaram pagar a taxa de R$ 35. Este percentual deve aumentar porque o número de não isentos pode cair depois que terminar o processamento de todos os que pagaram a taxa. A quantidade de candidatos não isentos do exame só deve ser divulgada no fim da próxima semana ou no início da outra, segundo Costa, porque o processamento bancário do pagamento da taxa e a confirmação da inscrição no sistema demoram alguns dias.
O presidente do Inep faz um apelo para que os estes mais de 5 milhões de isentos não faltem aos dias de prova, 26 e 27 de outubro, para evitar o desperdício de dinheiro público. "É muito importante que o participante que se inscreveu e teve a isenção de fato participe do Enem. Ao não participar, ele está gerando custo desnecessário ao país", disse. Segundo ele, o Inep depende do número de inscritos para definir os gastos de logística. Isso inclui desde a impressão das provas até a quantidade de corretores das redações.
Entre os candidatos que vão poder fazer o Enem de graça, 1.3115.506 receberam a isenção automática porque estão matriculados em escolas públicas cadastradas no Censo Escolar. A maioria dos isentos, porém, são os que receberam o benefício do governo por terem renda familiar de até 1,5 salário-mínimo. Esse número chegou a 3.932.487, segundo o Inep.No Enem 2012, cerca de 1,5 milhão de candidatos não participaram das provas, o que representa uma abstenção de 27,9%. O Enem do ano passado teve um custo de R$ 45 por aluno. O valor para a edição deste ano não foi divulgado.
Candidatos não isentos
No total, quase 2,6 milhões de pré-inscritos tinham que pagar a taxa até o fim do horário bancário da quarta-feira (29). A grande maioria deixou o pagamento para o último dia. Costa recomenda que esses candidatos tenham paciência até o fim do processamento bancário.
"Não precisa ficar ansioso, todos os que pagaram vão ser confirmados", afirmou ele. Em geral, o banco tem 48 horas para processar pagamentos feitos pela internet ou em caixas automáticos. No caso de quem pagou em dinheiro diretamente em uma agência, o processamento pode durar cerca de três ou quatro dias. Além disso, o sistema do Enem também precisa de cerca de 48 horas para checar os dados do pagamento e os dados da inscrição. Só então acontece a confirmação do candidato.
Em 2012, cerca de 500 mil pessoas pré-inscritas no exame acabaram perdendo a chance de participar das provas nos dias 26 e 27 de outubro por não pagarem a taxa.
Pergunta sobre domésticas já existia antes
Em resposta a reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal “O Globo” sobre reclamações de sindicato de trabalhadores domésticos a respeito de como as domésticas são mencionadas no questionário sócio-econômico do Enem, o presidente do Inep afirmou que o instituto não prepara as perguntas. No questionário, o candidato deveria assinalar, dentre os itens na lista, quais ele possui dentro de casa. Na relação, entre objetos como TV, geladeira, aspirador de pó, automóvel e computador, surge a opção "empregada mensalista".
Segundo ele, as perguntas, que são as mesmas há vários anos, fazem parte de um padrão usado por outros vestibulares e órgãos variados em todo o Brasil. "Nós não fazemos esse questionário, nós seguimos o padrão, isso vem sendo feito há anos. Existem critérios de classificação econômica da Associação Brasileira de Empresas e Pesquisas com o objetivo de mensurar as classes sociais dos participantes."
Costa afirmou ainda que concorda com a decisão do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que decidiu rever a lista de perguntas. "Jamais houve a intenção de fazer essa ilação, temos o maior respeito por qualquer trabalhador, inclusive o doméstico, pela sua importância e relevância social", afirmou.
Em nota, o MEC registra que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, “considera que a forma da pergunta que se refere a trabalhadores domésticos é inadequada, e vai encaminhar a necessidade de sua adequação, preservando os critérios técnicos, mas garantindo integralmente o respeito àqueles trabalhadores”.
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