O vice-governador da Paraíba, Rômulo Gouveia (PSD), negou nesta terça-feira (23), em entrevista coletiva, que tenha qualquer participação no suposto desvio de R$ 1,6 milhão do projeto "Jampa Digital". Segundo ele, o inquérito da Polícia Federal não possui nenhuma prova material que justifique o seu indiciamento por corrupção passiva. Rômulo disse também que está disposto a abrir o seu sigilo bancário para provar inocência.
O valor total do projeto era de R$ 39 milhões. Segundo a Controladoria Geral da União na Paraíba, a licitação foi direcionada para que a empresa Idéia Digital ganhasse. A PF afirma que esta empresa desviou R$ 1,6 milhão e pagou R$ 1,1 milhão a outras duas empresas, a Brickell e a Rigusta. Estas duas teriam pago serviços do publicitário Duda Mendonça, que fez a campanha de Ricardo e Rômulo. De acordo com as investigações da Polícia Federal, Rômulo montou o esquema que teria resultado no desvio dos recursos do Jampa Digital. O inquérito aponta que, em 2009, quando era deputado federal, Rômulo Gouveia apresentou uma emenda propondo a criação do projeto que deveria levar internet de graça para a população de João Pessoa.
Na coletiva, Rômulo disse que prestou um simples depoimento durante as investigações e que após isso só teve acesso ao inquérito na segunda-feira (22). Segundo o vice-governador, a acusação contra ele foi feita apenas no campo da suposição. “Não posso aceitar um indiciamento sem que haja uma prova material que me incrimine”, pontuou.
Gouveia ressaltou que foi relacionado no caso com base em provas frágeis. Uma dessas provas foi a troca de mensagens, que a Polícia Federal teve acesso, entre um ex-assessor e o proprietário da Ideia Digital. “Não posso me responsabilizar nem pelos atuais assessores, quanto mais pelos ex-assessores”, afirmou. De acordo com ele, o ex-assessor deixou de trabalhar para ele em 2010 e a troca de mensagens aconteceu em 2012. “Todas as conclusões do delegado são colocadas como suposição”, completou Rômulo.
Assim como o governador Ricardo Coutinho já havia se posicionado, Rômulo disse que o inquérito tem um viés político para atingir principalmente o PSB. “Tem um alvo, não tenho dúvida. De onde veio não se sabe, mas alguém está patrocinando essa coisa".
Para o vice-governador a quebra do seu sigilo bancário e também da sua esposa podem ajudar a comprovar que ele não tem ligação com as empresas citadas no inquérito. “Essa investigação será levada ao MPF e eu terei o direito de defesa que não tive ainda”, ponderou.
Inquérito concluído e 23 pessoas indiciadas
A Polícia Federal indiciou 23 pessoas por supostas irregularidades no Projeto Jampa Digital, uma rede que levaria internet sem fio e gratuita para a população de João Pessoa. A investigação da PF concluiu que recursos do projeto foram desviados para financiar a campanha do atual governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) e do vice-governador Rômulo Gouveia (PSD).
O publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha, foi indiciado por lavagem de dinheiro.
De acordo com a Controladoria Geral da União na Paraíba, a licitação foi direcionada para que a empresa Idéia Digital ganhasse. A PF afirma que esta empresa desviou R$ 1,6 milhão e pagou R$ 1,1 milhão a outras duas empresas, a Brickell e a Rigusta. Estas duas teriam pago serviços do publicitário Duda Mendonça, que fez a campanha de Ricardo e Rômulo.
A Secretaria de Comunicação do Estado da Paraíba afirmou que as empresas responsáveis pela implantação do projeto Jampa Digital, investigado pela Polícia Federal e que gerou indiciamento de não foi doadora da campanha do governador Ricardo Coutinho.
Durante seu programa oficial semanal de rádio, na segunda-feira (22), o governador Ricardo Coutinho negou que tenha ocorrido desvio de dinheiro para sua campanha eleitoral em 2010. Ele declarou que não foi indiciado pela Polícia Federal e acrescentou que “nenhum depoente toca sequer no nome Ricardo Coutinho”.
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