Sapé recebe Seminário Regional de Educação no Campo nesta semana - Correio do Cariri

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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Sapé recebe Seminário Regional de Educação no Campo nesta semana

Aproximadamente 200 pessoas, entre gestores municipais, educadores e representantes de movimentos sociais participaram, até esta quinta-feira (10), do Seminário Regional de Educação no Campo (Serec/PB), no município de Sapé. Este seminário, que teve início nessa quarta-feira (9) é o nono de uma série de 14, realizado pelo Comitê Estadual de Educação do Campo em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (SEE), por meio da Gerência Operacional de Integração Comunidade Escola (Goiesc). Pelo menos 1.500 pessoas participaram das edições do Serec/PB este ano em todo o Estado.

Durante a abertura, os participantes assistiram a apresentação de dança de estudantes da Escolas Campos, Sementes e Mudas, localizadas na zona rural de Cruz do Espírito Santo. Em seguida, a gerente da Goiesc-SEE, Hygia Margareth, deu início ao seminário. “Foram realizadas no primeiro dia duas palestras de professores que estudam a educação do campo seguidas de debates. Depois, foram formados grupos de trabalho. Em julho, enviamos um questionário para que cada município fizesse um levantamento da situação das escolas do campo, então, os trabalhos e discussões serão baseados nesse diagnóstico previamente realizado. Ao final, cada grupo apresentará suas propostas na plenária”, explicou.

Após as discussões na plenária, será feita uma síntese das principais propostas. Os pontos irão compor a Carta compromisso para a educação do campo. “Dessa forma, as propostas não virão de cima para baixo. Elas serão construídas a partir de quem está na ponta, na escola, vivenciando a realidade da educação do campo. Com a carta, cada um nas suas instâncias vai se comprometer a pôr em prática os encaminhamentos”, afirmou Hygia Margareth.

“A Secretaria da Educação avançou quando se propôs a ir aos municípios para discutir a educação do campo. Isso nunca foi feito antes. Estamos chegando às regionais e encontrando um grande número de profissionais satisfeitos com a discussão. Muitos pontos já estão saindo dos seminários, secretários estão rediscutindo planos e propostas para as escolas do campo. Então, esse diálogo tem sido importante e esperamos encontrar uma nova escola no próximo ano, que ela saia do patamar da escola rural, esquecida, com mobiliário quebrado e estrutura precária”, completou a gerente da Goiesc.
Palestras – O professor Antônio Alberto Pereira, da Universidade Federal da Paraíba e representante do Memorial das Ligas Camponesas, ministrou palestra com o tema 

“Campesinato: luta por direitos”. “Nós entendemos que não é possível trabalhar educação no campo sem trabalhar o campo da educação do campo. O Brasil é o país do latifúndio, do agronegócio, mas também da agricultura familiar camponesa, da policultura. Então, são dois projetos contraditórios em desenvolvimento. Mas as lutas pela terra vêm desde os quilombos e resistem até hoje. Sapé é o berço das ligas camponesas e hoje aproveito para trazer o depoimento de Juliana Elisabete Teixeira, neta de João Pedro Teixeira, e de Ana Lúcia Rodrigues, da quilombola de Gurugi”, disse.
O professor ainda salientou que o ciclo de seminários é um momento histórico no Estado. 

“Os meninos do campo se sentem discriminados. Eles têm de recuperar a identidade e a cultura deles e isso não é possível de se fazer hoje sem trabalhar o desenvolvimento sustentável. Não queremos mais preparar meninos para sair do campo, mas para terem a oportunidade de ficar no campo e saírem só se quiserem. Por isso, este seminário é um momento histórico. É a primeira vez que fazemos um evento para a Paraíba pensar a educação do campo. Nos sete seminários que participei percebi que as pessoas estão clamando por educadores com formação voltada para a educação do campo e melhoria da infraestrutura”, ressaltou. Além dele, a professora Socorro Xavier, também da UFPB, vai ministrar palestra com o tema “Educação do campo: concepções, desafios e perspectivas”. Nesta quinta-feira, a professora Socorro Silva, da Universidade Federal de Campina Grande, fez palestrar sobre os marcos legais e o financiamento para a educação no campo.

Escolas na zona rural – Estima-se que, na Paraíba, existem aproximadamente 140 escolas de educação do campo. “Ao final dos encontros teremos o diagnóstico quantitativo de escolas, professores, alunos e o panorama real de como está e onde estão as escolas do campo do Estado”, salientou Hygia Margareth. A gerente da primeira Gerência Regional de Ensino (GRE), Wleika Aragão, a maioria das escolas de educação do campo da região se concentram nos municípios de Cruz do Espírito Santo e Sapé. “É de suma importância poder parar e entender o que é educação do campo e o ideal é que possamos atingir todas as escolas, pois temos estudantes que moram na zona rural, mas estudam na zona urbana, e eles sofrem por isso”, disse.

O secretário de Educação, Cultura e Esportes de Sapé, Kildare Lima de Freitas, salientou que na zona rural do município existem 22 escolas que atendem a pelo menos dois mil estudantes. “Este é um momento grandioso para refletir as políticas para a educação do campo, principalmente no nosso município, onde a maioria das unidades são do campo”, afirmou. O prefeito de Sapé, Flávio Roberto Malheiros, que também prestigiou o evento, declarou que três escolas de educação do campo foram recuperadas e mais três estão em processo de recuperação no local.

A diretora da Escola Campos, Sementes e Mudas, de Cruz do Espírito Santo, afirmou que a unidade tem 79 estudantes e também oferece EJA (Educação de Jovens e Adultos). “Este evento nos permite trocar experiências, poder aprofundar nossos conhecimentos e encontrar saídas para melhorar a educação do campo como um todo. Acredito que a partir do momento que participamos de um evento como esse, alarga os horizontes”, afirmou Edneuza de Oliveira.

A professora Ana Lúcia Rodrigues, que atua em escolas inseridas no quilombo de Gurugi, também acredita que o seminário pode contribuir com a educação nos quilombos. “Estamos lutando para que a educação quilombola realmente seja implantada nessas escolas e tenham uma educação diferenciada, na qual a criança seja tratada a partir do que ela traz consigo, que é a sua história e a cor de sua pele”, declarou.
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