A Paraíba registrou uma média de 4,17 mortes violentas por dia no ano de 2015, de acordo com dados do 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (3). Segundo o levantamento, 1.525 crimes deste tipo foram registrados no estado ao longo do ano, sendo que 1.469 foram considerados homicídios dolosos. Também foram registrados 30 latrocínios (roubos seguidos de morte) e três lesões corporais seguidas de morte.
Os dados ainda incluem 23 mortos em ações envolvendo a polícia, sendo oito policiais e 15 cidadãos comuns. Mais de 80% destes crimes foi resultado do uso de armas de fogo (1.250 casos). As 634 mortes no trânsito registradas no ano não estão incluídas neste dado.
Menos crimes na capital
Só em João Pessoa foram 470 Crimes Violentos Letais Intencionais, incluindo 462 homicídios dolosos e sete latrocínios. Estes números fazem com que a taxa do crime na cidade tenha sido de 59,4 mortes para cada mil habitantes, a terceira maior entre as capitais brasileiras.
Tanto número absoluto quanto índice são menores que os registros de 2014. Mesmo assim, a cidade subiu do 5º para o 3º lugar na lista, já que as outras cidades conseguiram uma redução maior dos crimes.
O relatório ainda cita que foram registrados 310 crimes contra a liberdade sexual, sendo 290 estupros e 20 tentativas. Foram apreendidas 1.301 armas, sendo que 91,2% destas apreensões foram feitas por forças estaduais de segurança. Também foram roubados ou furtados 3.154 veículos durante o ano.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança, instituição que produz o relatório, a Paraíba está incluída no grupo de estados em que foi verificada uma “menor qualidade das informações”, o que não permite comparar todos os dados com os demais estados brasileiros.
Mais recursos, menos homicídios
O volume de recursos aplicado em segurança na Paraíba cresceu 5,9% entre 2014 e 2015, mesmo período em que a taxa de homicídios caiu 2%. Segundo o Anuário, mais de R$ 911,7 milhões foram investidos no setor ano passado, sendo R$ 6,6 milhões destinados a ações de policiamento e R$ 344,6 mil estratégias de inteligência, setor que viu os investimentos caírem 67,5% de um ano para o outro. O volume total inclui os quase R$ 7,5 milhões destinados à defesa civil.
Violência afeta vida escolar
Estudantes no 9º ano do ensino fundamental de 15,1% das escolas paraibanas relataram que já tiveram aulas suspensas por falta de segurança, sendo que 12,4% citaram a insegurança no caminho entre a casa e a escola. Entre os alunos da rede pública, 15,9% fizeram esta declaração, mas ela também foi feita por 11,4% dos alunos da rede privada. Para levantar estes dados, o Fórum Brasileiro de Segurança usou informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Anuário também indica que 6,5% dos estudantes nesta faixa de escolaridade se sentem humilhados por provocações de colegas “na maior parte do tempo ou sempre”. Segundo a pesquisa, a aparência do corpo (17,1%) e do rosto (11,5%) são as motivações mais citadas para estas situações de humilhação, mas cor ou raça (5,2%), religião (3,7%) e orientação sexual (1,4%) também são citados.
Fonte:G1
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